domingo, 28 de fevereiro de 2010

Aula ECT e TRT – Interpretação – 23.02.2010

Leitura de Texto-base: interpretar um texto é muito mais do que simplesmente lê-lo. Ao interpretar, deve-se provar que você entendeu, de maneira bastante clara, o conteúdo central de um dado texto. Mas como identificar o conteúdo central de um texto? Conforme falamos na aula passada, um texto é um todo organizado em torno de um mesmo assunto, o que chamamos de coerência. Coesão, por outro lado, são elementos de ligação que ajudam a manter a coerência de um texto. Nesse sentido, um texto, necessariamente, deve 'girar' em torno de um mesmo assunto ou 'tema' central.

* Exercício 1
Leia o seguinte texto e tente resumir cada parágrafo em apenas uma palavra ou uma expressão (frase).

Brasil é pouco globalizado, diz estudo

§1 Um estudo divulgado pela consultoria A.T. Kearney e pela revista "Foreign Policy Magazine" indica que, num ranking com 62 países, o Brasil ocupa o 57° lugar entre as nações mais globalizadas do mundo. A Irlanda apareceu em primeiro, seguida por Suíça, Suécia, Cingapura e Holanda. Os EUA, ao contrário do que se poderia imaginar, são apenas o 11° no ranking da globalização, e a Inglaterra, o 9º.
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§2 Segundo o consultor Mark Essle, sócio e diretor-executivo da A.T. Kearney para a América Latina, a presença de inúmeras companhias internacionais no país e o fato de muitos executivos trabalharem para essas empresas estrangeiras dão a falsa impressão de que o Brasil é globalizado. Para chegar ao ranking, a pesquisa considerou quatro fatores: integração econômica, desenvolvimento tecnológico, engajamento político e contato pessoal.
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§3 "No caso do Brasil, esse último item mede o quanto o brasileiro é globalizado, considerando viagens internacionais e ligações telefônicas para exterior, entre outros aspectos", disse Essle. No item integração econômica, o Brasil ficou na 47° posição; em desenvolvimento tecnológico, na 61° em engajamento político, na 38° e em contato pessoal, no 61° lugar.
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Gilberto Dimenstein
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/imprescindivel/mes/abril03.htm

A leitura que devemos fazer, portanto, é a interpretativa. Isso quer dizer que apenas uma leitura de um texto não é suficiente. Devemos fazer uma primeira leitura como uma espécie de varredura, apenas para decodificar as palavras, para se habituar ao texto. Uma segunda leitura deve ser mais atenta, centrando-se no tema proposto no texto, ou seja, sobre o que o texto efetivamente fala. E uma terceira leitura, nessa sim, devemos fazer uma espécie de resumo por parágrafo ou mesmo por período. É aconselhável também que nesta terceira leitura, destaquemos, sublinhando, por exemplo, os termos-chave, as palavras mais importantes do texto, por parágrafo ou período.
Além da leitura atenta, é importante que entendamos o estrutura interna do texto. Entenda-se por estrutura interna, aqueles elementos que fazem com que um texto seja, de fato, um texto. Elementos que façam o elo entre termos. Esses elementos, como dito acima, são os itens coesivos. Coesão é o fenômeno que se dá internamente ao texto e que auxilia na coerência. Percebemos tal fenômeno em expressões, tais como: conforme, assim, portanto, no entanto, assim como, isso, esse, como dito acima etc. É a partir dessas pequenas expressões que acontecem o encadeamento, tanto entre os parágrafos, como entre os períodos num texto.

* Exercício 2: no mesmo texto do exercício anterior, identifique os elementos coesivos que fazem os encadeamentos lógicos e grife-os.
Após feitas duas ou três leituras do texto, é natural que partamos para o enunciado da questão. Lembre-se que o próprio enunciado é um texto e, portanto, é passível de ser interpretado. E é exatamente isso que se espera de um candidato numa prova, que ele interpreta também o enunciado da questão. Aliás, tão importante quanto o próprio texto-base. Lembre-se de se ater ao que o enunciado pede e, se for o caso, grifar expressões, tais como: errada, certa, correta, única etc.
Na hora de responder às questões, não se acanhe a voltar sempre ao texto. Se possível, volte a cada questão, para que cada uma delas, diante dos seus olhos, a toda prova tenha o valor de verdade ou de falsidade. Lembre-se, geralmente a resposta está no corpo do próprio texto e raramente externo a ele.
E por falar em elementos externo ao texto, voltemos a falar um pouco mais sobre o contexto. O contexto, como o próprio nome denuncia, é aquilo que circunda um texto. São elementos que amparam um texto. Um texto nunca é absolutamente original, ele sempre dialoga com outros textos. Assim, o texto de Dimenstein que serve para ilustrar o exercício 1, faz diálogo, provavelmente, com o texto de divulgação da pesquisa da Kearney, bem como a um outro texto que o próprio autor escrevera três anos antes.
Num texto-base para uma questão de concurso público, o contexto fica visível na sua citação. Ou seja, a fonte do texto nos dá pistas, esclarece melhor qual o objetivo do texto. Por exemplo, se foi publicado num site como “Folha on-line” certamente tratará de um texto informativo; seu objetivo, portanto, é bem diferente de um texto publicado na revista “Mundo Estranho” ou nas atas de um processo judicial.

Re-Postagem

Boa noite, pessoal,

Estou postando novamente os exercícios de interpretação pra quem não pegou no xerox. Eles já estão linkados nestes blog, mas o farei novamente. Para fazer download é muito simples. Basta vocês clicarem no botão verde e laranja 'download' que vai abrir outra página. Essa vocês terão que esperar o contatdor (48 segundos, acho), aí o arquivo para salvar deve abrir sozinho. Qualquer dificuldade avisem-me.

http://www.zshare.net/download/708406192ea64885/

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tipos de texto – uma questão de gênero

O texto é uma mensagem: uma passagem falada ou escrita que forma um todo significativo independentemente de sua extensão. Portanto, pode ser um texto uma sentença imperativa, tal como: 'Socorro!' até uma matéria jornalística ou um romance.
Os textos variam conforme as intenções do autor, podendo ser narrativos, descritivos, informativos, argumentativos, injuntivos (aquele que impõe ou apela) ou poéticos.
Um texto puro, ou seja, um texto apenas descritivo ou apenas narrativo é quase uma lenda. O mais comum é encontrarmos os vários tipos em um só texto. Por isso é importante que observemos com atenção um texto, afim de caracteriza-lo. Podemos fazer isso observando qual o gênero que predomina ao longo do texto. Um texto argumentativo, por exemplo, pode ter passagens descritivas, argumentativas etc.

Gêneros

Texto Narrativo

O texto narrativo relata fatos e acontecimentos reais (algumas notícias de jornal) ou imaginários (obras literárias), situados no tempo.

- Função:

Contar fatos e acontecimentos situados no tempo, reais ou imaginários;
Apelar para a imaginação do leitor.

- Características:

Emprego frequente dos tempos verbais no pretérito (falou, aconteceu);
Presença de uma ou mais personagens, ações e cenários;
Insistência nas indicações temporais (antes disso, depois etc);
Presença de diálogos (discurso direto, discurso indireto etc), embora não seja regra.

Exemplos:

MENINO DE 6 ANOS É SUSPENSO POR ASSÉDIO
Um menino de seis anos foi punido com uma semana de suspensão pela diretora de sua escola por ter dado um beijo no rosto de uma colega em Lexington, Carolina do Norte, costa leste dos Estados Unidos.
Johnathan Prevette disse que a menina lhe pediu um beijo e ele deu, "numa expressão de carinho e amizade" , de acordo com a mãe, Jackie Prevette.
A porta-voz das escolas públicas de Lexington, Jane Martin, apoiou a diretora: "Ela agiu conforme o regulamento, que é do conhecimento dos pais".
O código de comportamento nas escolas de Lexington proíbe "assédio sexual" entre estudantes. Prevette diz que vai lutar para mudar o regulamento para menores de nove anos. :
Além de ter sido suspenso, Johnathan também não vai à "festa do sorvete",
em homenagem aos alunos da primeira série, como ele, com bom comportamento - o que não é o seu caso, segundo a escola. (Folha de S. Paulo, 1996)


13

Ao ver o pacote de bala azedinha na mão da mulher:
- Assim não há dinheiro que chegue.
E um pontapé na traseira do piá de três aninhos.
(Dalton Trevisan)


Texto Descritivo

O texto descritivo representa objetos, mas às vezes também personagens. Quando isso acontece, frequentemente este gênero mescla-se a textos narrativos. Na verdade, contar uma história é mesclar narrações e descrições.
Por outro lado, existem as descrições puramente técnicas ou informativas. Essas não se devem confundir com as descrições literárias, feitas com arte e criatividade.

- Função:

Produzir uma imagem que o leitor não vê, permitindo-lhe, portanto, imaginá-la;
Relatar espaços (paisagens, objetos), seres reais ou imaginários, estáticos ou evolutivos.

- Caraterísticas:

Predomínio do pretérito imperfeito (dizia, fazia) ou do presente do indicativo (diz, faz);
Insistência sobre as localizações;
Uso de indicações temporais, se a descrição for evolutiva.

Exemplos:

Composição
As placas STYROFOAM™ são constituídas em espuma de poliestireno extrudido. O processo de extrusão desenvolvido pela Dow produz uma estrutura rígida e uniforme de pequenas células fechadas, o que confere aos produtos STYROFOAM (ROOFMATE™, WALLMATE™ e FLOORMATE™) as suas características únicas. (http://building.dow.com/europe/pt/proddata/xps/des.htm)

***

Tinha cortinas de cassa na janela, apanhadas com velhas fitas de seda azul; e sobre a cômoda dois vasos da Vista Alegre dourados! Enfim um dia santo, em lugar da cuia de retrós, apareceu com um chignon de cabelo! (Eça de Queirós – O primo Basílio)


Texto Informativo

Seu objetivo é esclarecer, transmitir conhecimentos sobre determinado assunto. Encontramos esse tipo de texto em obras científicas, predominantemente; nas enciclopédias (verbetes), nos manuais escolares, nos guias turísticos, nos relatórios técnicos e também em notícias. Contêm neles passagens narrativas e descritivas.

- Função:

Apresentar fatos históricos, econômicos, geográficos etc:
Transmitir conhecimentos;
Explicar um fenômeno ou uma teoria;
Prestar-se ao uso didático.

- Características:

Expõe no presente e/ou utiliza tempo pretérito;
Linguagem objetiva e referencial;
Uso de abreviações, indicações numéricas, gráficos e cifras;
O autor se oculta em expressões impessoais (parece que..., refere-se... etc).

Exemplo:

Nossa crítica a GT quanto à descrição desta conjunção não se faz propriamente por conta de uma explicação adequada, visto que em Cunha & Cintra tal diferença é apontada (p.566-570). Mas antes na possível ambiguidade que pode surtir naquele que se baseia somente nesses manuais para dar conta de uma explicação mais detalhada da natureza do mas. (Ednei Leal – Uma visão críticas das conjunções em português)


Texto Argumentativo / Dissertativo

O texto argumentativo/dissertativo procura convencer, propondo ou impondo ao receptor uma interpretação particular de quem o produz. Por isso, visa defender uma tese ou rejeitá-la.
Os textos argumentativos/dissertativos não se confundem com os textos informativos, pois, nestes, os fatos e ideias não são geralmente expostos com o objetivo de convencer o receptor.
Em geral, o desenvolvimento de uma argumentação comporta as seguintes etapas:

uma tese (ou ideia diretriz), que enuncia o ponto de vista que será objeto de demonstração;
os argumentos, elementos abstratos geralmente apresentados em ordem crescente de importância e que justificam a tese; fatos, exemplos, citações de autores ou peritos reconhecidos ou dados que ajudam a provar a validade da tese. Em muitos casos, dependendo da finalidade e da audiência, podem incluir apelos emocionais.

- Função:

Procurar convencer;
Apresentar ou defender uma tese, um ponto de vista;
Quando polêmico, tomar partido contra ou a favor de alguém ou algo; grupo, instituição ou ideias.

- Características:

Predomínio do presente do indicativo e/ou pretérito;
Desenvolve ideias ou argumentos;
Uso de oposições, antíteses; frases de tom categórico.

Exemplo:

A maioria dos jornalistas pensa que só informa. E que nunca mentem. Fotografam e gravam, para mostrar que se atêm aos fatos. Mas uma foto congela um momento. Um adversário sempre sai mal na fotografia. A apelação é comum (quem não se lembra da foto de Hillary Clinton que mostrava sua calcinha?). O mesmo fazem as charges, por exemplo. Textos curtos são ainda mais radicais do que os longos em relação a essa característica de só mostrarem um lado. (Sírio Possenti)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Dica Preciosa!

Bom dia, pessoal!

Uma colega de vocês, a Tahys, enviou-me o endereço deste site. Achei excelente. Espero que façam bom uso dele! http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/

Grande Abraço e até a próxima!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Aulão de Sábado - 16/01

Dicas de Interpretação de Textos

0. O Texto

A etimologia da palavra texto rememora o latim clássico, textus, que era o mesmo que tecido (por isso têxtil), ou também significava “colcha de retalhos”. Frequentemente isso ocorre na língua, uma palavra usada num sentido metafórico acaba sendo usada para aquilo que quer nomear.
Se pensarmos na etimologia da palavra texto, cremos que, assim como uma colcha de retalhos, os textos também são costurados: tecido a tecido, palavra por palavra, período por período, até sua forma mais conclusiva: o parágrafo. E estes também devem ser costurados uns aos outros.
Acontece que esta costura não pode se dar de qualquer maneira, ela deve obedecer uma certa “coerência”. Esta coerência, se usarmos a metáfora ao revés, transposta para uma colcha, que deve ser costurada com retalhos de cores que combinem. Assim é o texto. Tanto as palavras, como os períodos e mesmo os parágrafos devem obedecer uma certa ordem combinatória.
Para que haja coerência num texto, ele é auxiliado por elementos de “coesão”, tais como os pronomes anafóricos, substantivos sinônimos etc. Algumas conjunções, alguns advérbios ou mesmo certas locuções também fazem este trabalho, tais como: “assim”, “como dito antes”, “conforme exposto” e assim por diante.


1. Como e o que interpretar

Interpretar é o mesmo que mostrar aquilo que você entendeu do texto. Leia-se por entender um texto não apenas a decodificação daqueles signos que chamamos de letras. Ora, um texto nem sempre diz apenas aquilo que está escrito. Há, em todo texto, intertextualidade, ou seja, diálogo com outros textos. Assim como as ideias, que não são puras e nem 100% originais, os textos se nutrem de outros textos. A leitura, então, não deve ser rasa, superficial. Além de que, a atividade de leitura é cumulativa, quanto mais se lê, maior o entendimento (e o diálogo) entre os textos.
Numa prova, obviamente uma única leitura do texto é ineficiente. Devemos sempre fazer mais de uma leitura, visto que textos expostos em exercícios para provas de concurso não são e nem devem ser muitos extensos. Numa primeira leitura então, devemos fazer o reconhecimento, devemos nos ater no tema geral proposto pelo autor, ou seja, sobre o que o texto versa. Numa segunda (ou até terceira) leitura, esta sim podemos chamar de “leitura interpretativa”, devemos procurar grifar palavras-chave, termos que nos pareçam relevantes. É importantíssimo levar em consideração o CONTEXTO, ou seja, suas condições de produção, se o texto é: jornalístico, científico, humorístico, literário etc. Também é de suma importância entender o funcionamento do texto; de que forma os parágrafos estão organizados: há ligação (coesão) entre os parágrafos, tente ligar uma palavra ao parágrafo anterior; se há continuidade no assunto que está sendo tratado (coerência), ou se o autor mudou de assunto, se sim, descubra o porquê.
Segundo estudiosos de linha bakhtiniana, todo texto (ou quem o escreve) emite uma opinião, um juízo de valor. Sendo assim, e visto que grande parte dos textos expostos em provas são dissertativos, é importante levar em consideração os argumentos usados pelo autor para melhor fundamentar suas ideias. Note nos textos a importância de tais argumentos, e não apenas importantes na construção do texto, mas como ferramenta de persuasão do seu leitor. Também procure notar a disposição de tais argumentos para se chegar a uma dada conclusão. Falaremos sobre textos dissertativos mais adiante.
Quando se defrontar com uma palavra desconhecida, visto que na hora da prova você não poderá estar com o dicionário na mão, continue sem interrupção sua leitura e tente interpretá-la pelo contexto. Em 90% dos casos isso é eficiente.
Texto lido (pelo menos três vezes) é hora de partir para as questões. A leitura atenta e extensiva dos enunciados também é altamente necessária. Em muitos casos você irá perceber que a resposta está no próprio enunciado, de maneira bastante sutil ou escondida. Atenção para o que se pede e para palavrinhas mágicas, tais como: “errado”, “correto”, “única”, “não”, “incorreta”, “falsa”, “verdadeira” etc. Cuidado com palavras de ordem, tais como: “nunca”, “sempre”, “certamente” etc. Sempre que possível, assinale essas palavras na prova, para quando fizer uma releitura, elas se destaquem. Ou seja, deve-se prestar MUITA atenção no enunciado. E isso significa dizer que o enunciado é material passível de análise. Sim! O enunciado também deve ser interpretado, pois sua linguagem truncada e confusa, quase sempre, não é arbitrária.
Os enunciados podem pedir dois tipos de interpretação de texto: a) a subjetiva que, embora levando em consideração o conteúdo do texto-base, se valerá mais do teu conhecimento de mundo para responder às questões; b) a objetiva, e mais comum em provas de concursos. Estas, diferentes das subjetivas, se atêm mais no texto em si para a resolução das perguntas, ou seja, as respostas devem estar, necessariamente, no texto. Neste caso, não deixe que suas ideias prevaleçam sobre as do autor. Cuidado com eventuais conceitos que tenha (e preconceitos). Por exemplo, se determinado texto versa sobre o direito do cidadão em portar uma arma e você é um incauto pacifista; o que vale, sempre, é o que diz no texto e não, infelizmente, nossa opinião a respeito.
Pronto, agora, finalmente, vamos marcar a questão correta. Lembre-se, não há verdades absolutas, portanto procure marcar a questão que mais se enquadre (logicamente falando) com o texto em questão. Não se deve procurar, portanto, a verdade exata, mas a que mais se enquadre naquilo que foi pedido no enunciado. Há questões mais certas e menos certas, além, é claro, das erradas. Em grande parte dos casos (como comentado acima) a resposta, obviamente, está no texto; muitas vezes bastante escondida. É como uma espécie de charada. Neste caso, os textos das provas podem apresentar palavras ricas em SINÔNIMOS. Justamente para serem usados nas respostas. Assim, novamente, é de suma importância que conheçamos o maior número possível de palavras, que enriqueçamos cada vez mais nosso vocabulário. Lembre-se, é através da nossa linguagem que compreendemos melhor o mundo que nos cerca.
Ainda sobre a resolução das questões é importantíssimo mencionar que, voltar ao texto-base NUNCA é demais. Volte quantas vezes for necessário. De fato, o ideal seria recorrer ao texto a cada questão, mas o tempo infelizmente não nos permite. Sendo assim, vale a pena, ao menos, voltar ao texto nas questões de maior dificuldade. Uma dica final. Em toda e qualquer questão que exija interpretação objetiva, a resposta estará “no texto”, lembrem-se: o que está escrito, escrito está.

2. Uma pincelada nos principais gêneros textuais

a) Dissertativo/Argumentativo

A principal das características deste gênero é a presença extensiva de argumentos. Em jornais eles geralmente são chamados de “textos de opinião”, de “artigos” ou mesmo de “colunas”, ainda que este último termo seja mais genérico e, portanto, confuso de se classificar. Um texto dissertativo/argumentativo se caracteriza também por apresentar uma solução para um problema que ele mesmo propõe, embora isso não seja regra. Ora, se a principal característica de uma dissertação são seus argumentos, isso nos leva a crer que o elemento mais importante deste gênero é o argumento, a habilidade que tem o escritor de argumentar acerca de algo.
Na verdade um texto dissertativo nada mais é do que a junção lógica de argumentos, colocados de maneira coerente e ordenada para defender uma tese proposta pelo próprio texto. Aliás, tese é outra palavra-chave para se entender a estrutura deste gênero. Tese, segundo o dicionário, é a proposição, a exposição de um tema ou de um conjunto de ideias que se quer debater. Na verdade, uma boa dissertação irá trabalhar, jogar com as teses e suas antíteses. Antítese, como o próprio nome já diz, é a contra-argumentação daquilo que se disse. Ora, e por que o autor iria revidar sua própria opinião? Para reforçá-la. Por exemplo, se eu levanto uma tese de que o aborto deveria ser legalizado, posso usar uma antítese defendendo a vida e um argumento ainda mais forte que o primeiro que, em casos como o da menina de doze anos que foi estuprada e engravidou, e que portanto sua vida corria perigo; meu argumento final prevalecerá.

b) Narrativo

Um texto narrativo é bastante lembrado e facilmente identificável em aulas porque são textos que prefiguram na literatura. Seus elementos básicos, portanto, são: um enredo, geralmente bem delimitado por começo, meio e fim, ou seja, marcado temporalmente; a presença de personagens; a descrição de ambientes; há prevalência de verbos: e ainda a presença ostensiva de diálogos. Embora os textos de ficção sejam, eminentemente, narrativos, não são apenas textos ficcionais as narrativas. Temos narrativas mesmo em jornais. Note por exemplo os texto da “Tribuna do Paraná” ou do “Diário Popular”. Lembre-se do famoso sinônimo de narrar é “contar” uma história, um causo.

c) Descritivo

Descrever é representar verbalmente um referente no mundo e não apenas enumerar, coordenando assindeticamente, características rasas desses referentes, tais como, cor, tamanho, dimensão etc. A relevância de uma boa descrição às vezes é capital para o sucesso de um texto, por exemplo, as descrições técnicas de um móvel no manual de instruções é imprescindível para sua montagem. Há também as descrições literárias, que são, muitas das vezes, ricas em detalhes que nos traduzem não só as características físicas de certos personagens, mas seus trejeitos, gestos e manias.

Vale ainda lembrar que não existem textos puros. Em um texto dissertativo, por exemplo, pode conter uma pequena narrativa para lhe auxiliar. Mesmo um texto narrativo, frequentemente carece de descrições para enriquecê-lo.
Perceber o gênero do texto e a forma como ele foi construído são grandes armas para compreender e interpretar um texto. Com isso também o conhecimento de um léxico bastante vasto é essencial, portanto, leia muito e diariamente.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Site Interessantíssimo!

Boa noite, pessoal!
Só queria compartilhar com vocês um site bem bacana de tira dúvidas de português: http://www.gramaticaonline.com.br/categoria/68/Estrutura_e_forma%C3%A7%C3%A3o_das_palavras e também aquele 'conjugador' que eu havia comentado em aula: http://linguistica.insite.com.br/cgi-bin/conjugue .Lembrem-se de colocar o verbo sempre no 'infinitivo' pra conjugar, ok?

Grande Abraço

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Aula de Morfologia 2 - Verbos

Recapitulando Morfologia

O que é um morfema?

Morfema é uma unidade mínima na dinâmica dos significados das palavras. Dentro deste conceito, podemos depreender duas espécies de morfemas: 1) aqueles que têm autonomia semântica, os morfemas lexicais, por exemplo: rua, sal; e 2) aqueles que não têm dada autonomia semântica, os morfemas gramaticais, tais como: -s (formador de plural em substantivos), -inho (formador de diminutivo em adjetivos e substantivos), -ndo (marca de gerúndio nos verbos) e assim por diante. Nota-se daqueles primeiros que funcionam sozinhos, ou seja, têm uma autonomia enquanto palavras, têm significados reconhecíveis pelos falantes, por isso damo-lhes o nome de morfema livre, enquanto que os do segundo tipo não têm essa autonomia, ou seja, não funcionam sozinhos como palavras independentes, não são reconhecíveis como palavras pelos falantes, neste caso chamam-se morfemas presos ou formas presas.
Ainda, podemos depreender dos morfemas duas partes constitutivas: 1) o radical, ou que chamávamos de morfemas lexicais e 2) as desinências ou morfemas gramaticais. De modo que para formar as palavras, os radicais devem se combinar com suas devidas desinências.

Formação de Palavras

As palavras podem ser formadas, a partir das suas primitivas, de duas maneiras: a) por derivação e b) por composição.
Por derivação entenda-se a formação da palavra através das suas desinências. Primeiramente uma palavra pode ser formada por derivação afixal (prefixal ou sufixal). Por prefixação podemos tomar como exemplo: inculto, onde à palavra primitiva (culto) é adicionado o prefixo latino “in-”, acarretando assim um outro significado à palavra original. Por sufixação podemos dar como exemplo os advérbios provindos de adjetivos, tal como violentamente. Ora, é acrescentando o sufixo “-mente” que, além da mudança de sentido, aqui também acarreta uma alteração da classe de palavra (adjetivo para advérbio). Há também casos em que ambos afixos são acrescentados, é o caso de inutilidade. No entanto, há casos em que é obrigatório a inclusão concomitante de ambos os afixos. É o caso do verbo anoitecer. Neste caso, sabemos que não existem palavras tais como *noitecer e nem *anoite. A essa derivação dá-se o nome de parassintética.
Por outo lado, a formação por composição se dá a partir de dois radicais. É o que ocorre, por exemplo, com substantivos compostos: guarda-roupa, pé-de-moleque, onde não temos aí duas palavras, mas antes uma mesma palavra que apresenta mais de um radical. Os principais tipos de formação por composição são: a) justaposição: onde não há alteração em nenhum dos radicais (mandachuva, passatempo) e; b) por aglutinação, onde na dada união, ao menos um dos radicais sofre alteração fonética (aguardente, planalto).

Estrutura das Palavras – O Verbo

Os morfemas flexionais ou desinências servem para indicar: a) gênero: o número dos substantivos, dos adjetivos e de alguns pronomes, os chamados pronomes substantivos; b) o número e a pessoa dos verbos. Assim, tomando um verbo tal como parávamos, podemos dele separar os morfemas da seguinte maneira: o morfema lexical, ou radical: “par-”; a vogal temática (que aquela parte da palavra que cai para formar uma palavra nova): “-á-”; o morfema gramatical ou desinência que marca nos verbos, concomitantemente o modo e o tempo “-va-”; e finalmente outro morfema gramatical, a desinência que “-mos” que marca nos verbos número e pessoa. Para maiores esclarecimentos, consulte a tabela das desinências verbais disponibilizada para download aqui no blog.

Verbos

Bom dia!

Neste post deixo à vocês a lista de desinência dos verbos regulares para baixar. Está em documento Excel. Para o pessoal das aulas de terça, se possível, peço que vocês imprimam. Então, lá vai, estará disponível no endereço: http://www.zshare.net/download/71070596c21d834c/

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Exercícios de Interpretação

Boa noite, pessoal,

Conforme prometido aí estão os exercícios de interpretação e aquele texto sobre Globalização do Dimenstein.
Só que dessa vez vocês terão que fazer o download do documento Word no endereço: http://www.zshare.net/download/708406192ea64885/

Abraço e até a próxima aula.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Muito boa noite, pessoal!

Antes tarde do que nunca, cá estão alguns exercícios retirados de uma série de provas de vários concursos públicos. Pensei em deixar num documento word pra vocês baixarem, mas achei mais prático deixar aí em baixo mesmo. Vamos combinar o seguinte: tentem fazer estes exercícios sem gabarito, daqui uns quinze dias deixarei também o gabarito pra vocês conferirem. Vou preparar um gabarito comentado e é claro que também podem tirar dúvidas comigo em aula.
Outra coisa, no final tem uma proposta de redação. É claro que faz quem sentir necessidade. Estas, peço que remetam ao e-mail (prof.edleal@gmail.com)

Primeira Bateria de Exercícios

1. Assinale a alternativa correta. (AGENTE POLICIAL - AP-1/2000)
Eles ____ cansados e _____ ao cinema.
a. estão – vão
b. estam – vam
c. estavão – vão
d. estam – vão

2. Na oração "Calei-me", em relação ao verbo, o pronome está (AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLICIAL - AT-1/2001)
a. proclítico.
b. apassivador.
c. enclítico.
d. mesoclítico.

3. Indique qual item apresenta erro quanto ao emprego do por que, por
quê, porque e porquê. (AGENTE POLICIAL - AP-1/2000)
a. Por que viemos à aula hoje?
b. E agora, você está reclamando por quê?
c. Explique-me o porque de sua revolta.
d. Por que temos que esperar os outros?

4. Assinale a função morfológica de caro em "Ele vendeu caro as
mercadorias". (AGENTE POLICIAL - AP-1/2000)
a. Verbo
b. Pronome
c. Advérbio
d. Preposição

5. Assinale a alternativa correta quanto à flexão do verbo entre
parênteses. (Progresso de Guarulhos S/A Cargo 7 Téc. Seg. Trabalho)
a. Esperei até que ele prova-se o que dizia. (provar)
b. Será ajudado sempre que precisar. (precisar)
c. Vás embora sem chorar. (ir)
d. Se fosses meu irmão, entenderíeis. (entender)

6. Na oração "Creio em Deus" a expressão grifada é um: (AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLICIAL - AT-1/2001)
a. objeto indireto.
b. complemento nominal.
c. objeto direto.
d. agente da passiva.

7. Assinale a alternativa correta. (AGENTE POLICIAL - AP-1/2000)
Caso eu não ..... mais aqui e não nos ..... outra vez, telefone-me.
a. vier - vermos,
b. venho - virmos,
c. venha - vejamos,
d. viesse - vimos.

8. Assinale a alternativa correta quanto ao uso do presente do
subjuntivo. (Progresso de Guarulhos S/A Cargo 7 Téc. Seg. Trabalho)
a. É preciso que nós façamos as pazes.
b. É preciso que nós vêjamos a cidade.
c. É preciso que nós cantamos canções.
d. É preciso que nós saímos mais.

9. Assinale a alternativa errada quanto à colocação do pronome
oblíquo. (Progresso de Guarulhos S/A Cargo 7 Téc. Seg. Trabalho)
A. Como você o encontrou?
B. Nada impede-nos de continuar.
C. Quando me avistou, fugiu.
D. Deus me livre!

10. "Amar é a eterna inocência". Nessa oração de Fernando Pessoa o verbo grifado está no: (AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLICIAL - AT-1/2001)
a. infinitivo pessoal.
b. gerúndio.
c. particípio.
d. infinitivo impessoal.


11. Indique o grupo de palavras onde ocorrem hiatos. (AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLICIAL - AT-1/2001)
a. saída – Luís – fiel – rainha
b. muito – herói – Uruguai – céu
c. pai – qual – enxaguando – preceitue
d. enxáguam – saguão – amaldiçoes – sermões

12. Consoante as regras gramaticais, indique como são classificadas as palavras cuja silaba
tônica é a antepenúltima e se recebem ou não acento gráfico. (AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLICIAL - AT-1/2001)
a. Oxítonas – às vezes são acentuadas
b. Paroxítonas – nunca são acentuadas
c. Proparoxítonas – sempre são acentuadas
d. Proparoxítonas – às vezes são acentuadas
13. Indique a frase correta, considerando a concordância das palavras. (AGENTE POLICIAL - AP-1/2000)
a. Não creio que seja proibido a entrada neste prédio.
b. Seguem anexos neste envelope as duplicatas solicitadas.
c. Os gêneros alimentícios estão caro no Brasil.
d. É necessário força de vontade para vencer na vida.

14. Assinale o item que apresenta o adjetivo incorretamente relacionado
ao substantivo. (AGENTE POLICIAL - AP-1/2000)
a. Leite – lácteo
b. Coração – hepático
c. Guerra – bélico
d. Dedo – digital

15. Assinale a alternativa incorreta quanto à colocação pronominal. (AGENTE POLICIAL - AP-1/2000)
a. Me emprestaram o dinheiro.
b. Macacos me mordam.
c. Calou-se para não me magoar.
d. Os céus te protejam.

16. Assinale a alternativa em que há transgressão da norma culta da língua. (CONCURSO PÚBLICO SSP - EDITAL 001/2001)
a) Ela mesma, ao ter o pedido atendido, disse: "Obrigada!"
b) Há pouco eu a vi, às pressas, dobrar aquela rua à direita.
c) Faz vinte anos que não havia casas novas nesta região.
d) Seus argumentos pela discriminação da maconha não tem nada haver; prefiro mais os
argumentos daquele advogado.

17. "Ler é gostoso demais. Por isso, é natural que as pessoas gostem. Basta dar uma chance para
que isso aconteça.(...) No caso das crianças, dois fatores contribuem para o interesse pela
leitura: curiosidade e exemplo. Assim, é fundamental o adulto mostrar interesse." (Ana Maria
Machado, in Nova Escola. São Paulo: Abril, nº145, set.01, p. 22). (CONCURSO PÚBLICO SSP - EDITAL 001/2001).
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Em "para que isso aconteça", isso é pronome demonstrativo e refere-se a "para que as
pessoas gostem de ler".
b) A palavra "fundamental" pode ser substituída na frase, sem prejuízo para a compreensão da
mensagem, por é bom.
c) As palavras "demais" e "Assim" são adjetivos e, como tal, somente podem receber flexão de
número.
d) Em "para que as pessoas gostem" há uma transgressão gramatical, porque o verbo é
transitivo direto e falta seu complemento.




PROVA DE REDAÇÃO (DISSERTAÇÃO) (CONCURSO PÚBLICO SSP - EDITAL 001/2001).
Escolha um dos temas abaixo e disserte sobre ele, em no mínimo 20 e no máximo 30 linhas,
utilizando a folha de resposta.

Tema 1
"Todos conheciam os bandidos e eles já estão presos. Podemos até velejar tranqüilos pela
restinga. O caso será mais um dos resolvidos, mas esses matadores serão colocados em uma
colônia penal, vão receber os parentes, amigos, mulheres; terão drogas, álcool e o mais que
quiserem; e logo, logo estarão de volta à única coisa que sabem fazer: o mal. Sairão pelos
portões da frente de um jeito ou de outro, terão advogados, direitos humanos."
(José N. L. dos Santos. In: Fórum de debates. O Estado de São Paulo, 18 dez.01, p. A2)

Tema 2
"Mais, muito mais escolas de todos os níveis. Mais, muito mais habitações decentes. Mais,
muito mais empregos E não seriam construídas mais e mais prisões."
(Chalil Zabani. Id., ib.)